quarta-feira, 1 de julho de 2009

Burocracia não, Democracia sim

JARDIM NOVA ERA


Escola de Nova Era adapta horários para realizar oficinas internas
por Por Fernanda Bastos da Silva e Edson Borges

O fato de ainda não haver o horário integral na Escola Municipal Leopoldina de Barros não impediu a mediadora Franciele Ribeiro dos Santos, 23 anos, de realizar oficinas de cultura com as crianças. Ao chegar na escola ela foi recebida de braços abertos pelo diretor Maxmiliano Marini Melo, 41 anos, há 8 anos no cargo. Auxiliado pela orientadora pedagógica da época e hoje diretora adjunta Ana Lúcia, permitiu o ajuste de horário sugerido por Franciele para que fosse possível assistir os alunos.

Ao todo existem oito turmas no turno da tarde, que vão do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. De início, a mediadora queria assumir uma turma de cada vez (com aproximadamente 40 alunos), mas Ana Lucia achou melhor dividi-las em duas partes, com 50 minutos de oficinas cada. Enquanto as oficinas ocorrem, a outra metade dos alunos fica sob a tutela da professora responsável, que realiza aulas de reforço. Após o término do período, há um revezamento das “turminhas”. Isso ocorre duas vezes por semana com cada turma de terça a sexta-feira.

A divisão da turma é feita a critério da professora, de acordo com a natureza e a necessidade do reforço. Sendo assim, as crianças com maior dificuldade em áreas específicas como matemática são reunidas para diminuir suas deficiências.

Franciele, que é moradora do bairro, não tem planos de sair da escola, pois foi muito bem recebida e acha que seu trabalho está dando certo. Por isso, prefere esperar a integralidade no Leopoldina embora possa trabalhar apenas dois dias em outra escola. “Não troco essa escola, prefiro esperar o horário integral chegar aqui pois a escola me ajuda. Mesmo tendo que vir aqui todo dia eu prefiro assim.O Leopoldina me abraçou”.

Para o diretor Max, as dificuldades são desafios. Ele entende que o Bairro Escola visa “fortalecer os laços escola-comunidade”. “Considero o bairro minha comunidade. Nos comunicamos bem, a escola com os pais”. Com a posse do CPP André Moreira, 36 anos, a mediadora Franciele ganhou mais um apoio e inclusive participa das reuniões pedagógicas da escola. Ela é considerada e respeitada por todas as professoras e pela direção, como se fosse uma professora.

O que se pode aprender com isso é que o burocrático pode ser substituído pelo democrático. As dificuldades podem dar lugar à vontade de mudar. As iniciativas desses personagens do Bairro Escola podem e devem ser motivo de admiração e mesmo incentivo à ação. Fazer acontecer é o que move a escola e quem vive a escola tem muito pra nos ensinar. Parabéns a vocês Maxmilianos, Francieles, Anas e Andrés que fazem com que o Bairro Escola funcione, seja com integralidade ou com adaptação, mas sempre com o coração.


Interatividade:
Você, diretor(a) de escola da rede municipal de Nova Iguaçu, conte o que já teve que inventar para fazer acontecer o Bairro Escola?

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