Paul Harris acolhe crianças e mães especiais há 24 anos
por Julliane Mello
É com os braços de mãe que há 24 anos a Escola Municipal Paul Harris acolhe corações especiais. O trabalho na escola, referência de Nova Iguaçu, é voltado para crianças portadoras de deficiências como a Síndrome de Down, o autismo e a surdez, entre muitas outras. A escola também trabalha com crianças com problemas mentais.
Apesar de todas as dificuldades, pode se ver no rosto a alegria de cada criança de estar em seu cantinho especial, onde, além da atenção e respeito de que precisam, contam com a companhia das mães. “Elas participam de todo o processo de desenvolvimento”, conta a diretora da escola, Dilma de Almeida Batista, 45 anos, 22 dos quais trabalhando na Paul Harris. As mães e as crianças são auxiliadas por uma equipe composta de psicólogos, professores, estagiários, fonoaudiólogos, médicos e o projeto Segundo Tempo.
Dilma também alerta sobre a importância do tratamento de estimulação precoce feito entre os três primeiros meses de vida e os quatro anos e meio, cujo objetivo é estimular o desenvolvimento do portador de deficiência. “Essa preparação facilita a inserção deles com as crianças ditas “normais”, quando entrarem no ensino básico”, explica a diretora. Por força da nova legislação, há cinco anos a escola está mesclando crianças portadoras de deficiência com as ditas normais. Segundo a diretora, essa transição foi um processo bem complexo. “Nossa escola só atendia deficientes e foi um trabalho de muita conscientização.”
Verdadeiro preparo
A escola tem em média 300 alunos, divididos em horários flexíveis devido às condições dos responsáveis. Cada educador trabalha com 8 a 12 alunos por sala, contando com a ajuda de auxiliares preparados para lidar com crianças especiais. Para a diretora adjunta Liziane da Silva Messias, 47anos, só há uma forma de preparar os profissionais que trabalham nas escolas inclusivas. “Minha experiência de oito anos no ensino especial fez com que eu enxergasse a preparação de quem lida com deficientes de outra maneira”, revela a adjunta. “Acho que o verdadeiro preparo vem do convívio com as crianças.”
Liziane lembra o preconceito da sociedade, que muitas das vezes é estimulado pelos próprios pais “Eles não aceitam os seus filhos por terem nascido com deficiência”, lamenta. Com base na sua experiência, a adjunta afirma que as crianças são muito mais solidárias do que os adultos. “Elas brigam para empurrar a cadeira daqueles que têm problema de locomoção”, exemplifica. O máximo de incomoda que ela já verificou foi as crianças não quererem se sentar ao lado das deficientes que babam.
As duas diretoras acham que os meios de comunicação têm um papel fundamental na diminuição do preconceito. “Quando mais se discutir a questão do deficiente, menor será o preconceito”, afirma Dilma. No entanto, a diretora acha que essa mesma mídia não tematiza a questão das mães das crianças especiais. “Também é fundamental o apoio às mães dessas crianças.”
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otima reportagem
ResponderExcluirNome: luiz carlos da silva junior
ResponderExcluirexcelente matéria, se todas as nossas escolas municipais tivessem essa mesma iniciativa não teriamos um ensino tão precário para os jovens de hoje em dia.