Escola Paul Harris ajudou Dona Ruth a superar os próprios preconceitos por Larissa Leotério
O amor e a acolhida da família do marido se manifestaram quando a dona de casa Ruth Helena Conceição, 38 anos, menos esperava. Embora seu relacionamento com a sogra e as cunhados não fosse nada bom até o nascimento de Mateus Conceição, hoje com 10 anos, foi delas que recebeu solidariedade quando soube que esperava um bebê com problemas cerebrais. "Elas fizeram toda a diferença quando mais precisei", conta essa mãe especial. "Particularmente minha sogra, que até hoje se coloca a minha inteira disposição para as coisas mais básicas."
A deficiência de Mateus foi descoberta durante a gestação e o bebê foi ainda mais guerreiro ao nascer com apenas seis meses de gestação e contrariar todos os prognósticos quando chegou à Escola Municipal Paul Harris, com três meses de vida, para a estimulação precoce, feita com crianças de três meses a quatro anos e meio. A estimulação precoce tem como objetivo trabalhar as deficiências o mais cedo possível, na tentativa de minimizar os sintomas e apressar a inserção da criança em uma turma regular.
E foram estes estímulos que fizeram com que Mateus se desenvolvesse tanto, contrariando pediatras e neurologistas, falando articuladamente. "Depois da cirurgia de alongamento de tendões, ele também corre e brinca com o mesmo brilho alegre de uma criança ‘normal’", conta dona Ruth.
Preconceito dos adultos
A felicidade da mãe é o sorriso do filho e vê-lo brincar com os muitos amiguinhos. "Ele se relaciona melhor com as crianças da escola e, na rua, com as que também têm deficiências", conta ela. No entanto, não esquece de episódios ocorridos na rua em que mora, nos quais o preconceito dos adultos refletiu nas atitudes crueis das crianças.
Dona Ruth também experimentou o preconceito no seio da própria família, que, envergonhada com Matheus, jamais lhe deu o menor apoio. "Minhas irmãs e minha mãe me abandonaram quando mais precisei", afirma. Ela ficou particularmente sentida com o fato de a irmã jamais ter colocado Mateus no colo. Seu cunhado chegou a desfazer de Mateus na frente dela.
Não foi nada fácil para a mãe de Mateus enfrentar o preconceito da família. "Tive depressão quando meu filho nasceu e não me deixaram chegar perto dele, porque eu chorava muito." A primeira surpresa veio quando a cunhada, com quem nem se dava, a levou para ver Mateus e se responsabilizou por ela. Já a sogra acredita que Mateus chegou para consertar a família.
"Preconceito é a pior coisa que tem na vida", afirma dona Ruth. Mas ela própria admite que só aprendeu a lidar com o filho no Paul Harris, que ela compara aos braços de uma mãe. “Foi aqui que ele também aprendeu a lidar comigo."
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ótima matéria Larissa!
ResponderExcluirmuito linda a história da dona Ruth. Espero que dê tuudo certo para o Mateus
Obrigada, Nany!
ResponderExcluirTambém espero que dê tudo certo para ele!
É um menino super esperto!
Brigada pelo comentário, moça!
; )