Estudantes chegam a ter dois empregos para se manter na faculdade
por Jeisiane Caetano Paulo
A falta de dinheiro para estudar é uma das principais barreiras para os jovens que sonham com uma carreira profissional de sucesso. Jacqueline Serrat,Thiago Pedrosa e Chistine Silveira não desanimaram e resolveram ir à luta em busca do sucesso.
Solteira e sem filhos para criar, Jacqueline Serrat tem 21 anos, mora em Anchieta e encontrou nas aulas para uma turma de C.A. uma forma de financiar a faculdade de biologia, na qual está no quarto período. “Foi bom trabalhar com crianças”, lembra ela, apesar da dificuldade que tem sido atender a todas as demandas da escola. “Mas tive que ter muita paciência para não pirar com tanta responsabilidade.” Como se não bastassem os pestinhas para os quais dá aula, Jacqueline Serrat faz relatórios científicos e trabalhos para alunos preguiçosos. “Uso o dinheiro nas despesas da faculdade”, conta a estudante.
O caso de Thiago Pedrosa mostra que a história de Jacqueline Serrata está longe de ser uma exceção. Com 22 anos, solteiro e sem filhos, ele trabalha em uma loja de autopeças e faz um estágio para fazer o dinheiro de que precisa para se manter na faculdade de Educação Física, na qual está no quinto período. “É claro que fico cansado trabalhando com vendas e fico muito estressado como aprendiz”, conta esse morador de Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. “Ainda estou na parte teórica que requer muito esforço mental.”
As longas jornadas de Christine Silveira, que começam nas primeiras horas da manhã e se estendem até tarde da noite, já fizeram com que essa jovem moradora da Taquara pensasse em desistir do curso de Ciências Biológicas, no qual ela está no terceiro período. É com os trocados que faz como auxiliar técnico de eletricidade que ela paga o curso que há de lhe dar um futuro melhor. “Dou o melhor de mim em tudo que faço”, afirma Christine Silveira, que tem 18 anos e ainda está solteira. “Vejo o meu sonho como algo que pode ser alcançado, e não como uma meta impossível de ser atingida.”
Para esses jovens a escada pode ser alta, “mas,subindo um degrau de cada vez, é possível chegar ao topo”, como afirma Jacqueline Serrat.
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