quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Mural digital

O IGUACINE VEM AÍ

Jovens de Nova Iguaçu são seduzidos pela fotografia
por Marcelo Santos

Ela está por todas as partes, por todos os lados, por todos os cantos, pronta para captar o instante em meio ao incessante movimento da totalidade da terra. Pronta para apreender o uno em meio à multiplicidade. Não, não é mais uma teoria filosófica, nem mesmo um conto mitológico. É simplesmente a câmera fotográfica, que já faz parte da vida de milhões de brasileiros. Qual será o porquê de tanto sucesso? O que gera tal fascínio por esta máquina?

Procuramos essa resposta pelas ruas da cidade de Nova Iguaçu, e os argumentos são diversos. Para o músico Fábio Domingos, morador de Jardim Tropical, o maior atrativo da câmera fotográfica é a sensação de potência que ela lhe oferece. “O que mais me atrai na câmera fotográfica é o poder de congelar o tempo”, afirma. Entretanto, há outros fatores que levam as pessoas a se apaixonarem por fotografias.

O estudante Michel Campus, de 21 anos, morador da Califórnia, acha que sua paixão por paisagens naturais está diretamente ligada a sua paixão por fotografias. “Eu amo as paisagens naturais e fotografá-las é uma forma de guardá-las sempre comigo, além de poder exibir aos meus amigos”, diz. Embora tenha se desfeito de sua câmera, ele sempre dá o jeito de consegui-la no momento necessário.

“Eu peço emprestada aos meus amigos. Certa vez no parque municipal de N. Iguaçu, ao ver um mico em cima de uma exuberante árvore e não ter a câmera para retratar aquele maravilhoso momento, eu então, em estado de euforia, pedi a câmera emprestada a um desconhecido que passava naquele momento. Ele gentilmente atendeu o meu pedido e então pude fotografar aquela admirável cena. Nós também combinamos de ele me enviar a foto por e-mail e ele novamente gentil me enviou, no dia seguinte”, diz. Para Michel Campus, vale qualquer coisa por uma boa fotografia.

O técnico de enfermagem Alberto Silva, de 21 anos, morador do Jardim Tropical, vibrou quando os aparelhos celulares se tornaram ferramentas audiovisuais. “Com o meu celular, ocupo menos espaços levando mais coisas importantes junto comigo, inclusive a câmera. Desse modo, me sinto sempre preparado para captar o que a vida tem de bom”, revela ele, que vê na portabilidade e na flexibilidade das câmeras a causa de sua maior inserção no mundo fotográfico.

Com a consolidação da internet, o mundo fotográfico só fez se expandir. Essa união acontece de diversas formas, através de alguns sites de relacionamentos em que, além de postar, é possível receber e enviar fotografias. Mas a estudante de pedagogia Priscila Gonçalves, de 25 anos, residente no Jardim da Prata, só foi seduzida por esse universo quando descobriu o que os programas de edição de imagens podem fazer no blog de um amigo. “Um dia me vi em uma foto com ele em Paris, lugar que eu nunca fui de fato. Porém, a partir desse acontecimento, eu comecei a fotografar mais, só para brincar com essa coisa de edição. Agora, nas minhas fotos, às vezes estou no Japão com meus amigos ou em capas de revistas”.

Segundo Priscila, esse mundo de ficção é só brincadeira, é como uma terapia para espantar os estresses causados pela correria do seu cotidiano. “Brincar com fotografia nas horas vagas é uma maneira que encontrei de aliviar o peso dos meus problemas e me renovar para a próxima batalha”, diz. “Meu quarto é um mural da minha vida, dos meus ídolos, dos meus amigos e familiares”, afirma Priscila, enfatizando que seu quarto é repleto de postes e fotografias.

Poder trazer um pedaço do mundo para dentro de nossos lares parece ser uma atração fatal para a raça humana. Ao pensarmos em fotografia, logo pensamos em um instrumento para captá-las. A câmera fotográfica é um dos instrumentos que nos permite saciar essa vontade, além de nos ajudar na recordação de fatos marcantes.

Interatividade:
Indique pontos de Nova Iguaçu para captar belas imagens.

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