quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Cinema é a maior diversão

O IGUACINE VEM AÍ

Jovens resolvem produzir filmes só para se divertir, por amor à sétima arte
por Mayara Freire e Raphael Teixeira e Fotos por Vanessa Gomes

Amigos reunidos e uma boa ideia. Esses foram os principais elementos que incentivaram 10 amigos de Nova Iguaçu, todos eles apaixonados por cinema, a começar a produzir seus próprios filmes. Estudantes de diferentes cursos, que vão de história a engenharia ambiental, eles se permitiram produzir alguns curtas-metragens e participaram de uma experiência que jamais imaginaram. Além disso, garantiram que é possível produzir, mesmo sem muita experiência no ramo.

O grande incentivador foi o estudante do terceiro período de cinema, Renato Acácio, de 22 anos, que teve uma grande ideia durante uma noite de insônia. Ele contou que foi uma oportunidade única para que todos se integrassem e saíssem do papel de telespectadores. “A história foi que todos estavam à toa, de férias. Decidimos produzir um curta, dentro de nossas possibilidades. Como não temos um equipamento profissional, improvisamos fazendo um filme sem som e em um ambiente externo, enquanto houvesse luz do dia, pois a câmera era caseira”, explicou Renato.

O curta “Frente e Verso”, com duração de cinco minutos., foi filmado em um único dia. A história se baseia em duas pessoas que descobrem suas vidas interligadas em diferentes circunstâncias, quando encontram um livro em uma praça. “Achamos legal o resultado do filme mudo, pois tivemos que trabalhar também com trilha sonora.

A comunicação pela música também é como um diálogo. Um videoclipe não tem falas e nem por isso é uma obra menos importante. Os próximos filmes também serão assim. Lógico que teríamos mais liberdade criativa se pudéssemos usar falas, mas até conseguirmos equipamento adequado, estamos improvisando à nossa maneira”, destacaram. Os amigos foram influenciados por filmes dos movimentos do neo-realismo italiano, cinema marginal dos anos 70, nouvelle vague e o dogma 95.

Apesar de já terem feito vários filmes, esse foi o primeiro que na opinião deles deu resultado. Para isso, eles tentaram atuar de maneira profissional, dividindo as tarefas de produção, direção, atuação, assistência, maquiagem e fotografia. Já o cenário ficou por conta das ruas de Nova Iguaçu.

“Foi tudo improvisado com materiais emprestados. Acreditamos que um filme que não tem recursos técnicos, mesmo que não resulte em uma megaprodução, pode ficar bacana. O que conta é o amor ao cinema, à arte. É isso o que sobrava na equipe, todos se empenharam muito. Hoje a tecnologia possibilita divulgar, produzir, criar mais”, disse Renato. “Acredito que qualquer pessoa interessada é capaz de produzir filmes, como no nosso caso. É possível ter uma boa ideia e o resultado dar certo”, complementou o estudante de cinema.

A estudante de jornalismo Vanessa Gomes, 20, ficou encarregada de fazer fotos do making-off e participou também como figurante. Depois das filmagens, ela percebeu que gostaria de seguir a área. “Foi uma experiência única, trabalhei como fotógrafa e figurante. Pela primeira vez pude perceber na prática que produzir um filme é algo trabalhoso, mesmo se tratando de um curta. Pretendo continuar como fotógrafa, principalmente nesse meio audiovisual”, contou.

Já Beatriz Cavalcante
, 20, relatou que se interessou mais por teatro depois de participar como atriz no curta. “Nunca tive contato com isso, mas topei fazer por achar que seria divertido. Gostaria de fazer outras vezes, até para praticar. Até tive vontade de fazer aulas de teatro depois disso. Foi exaustivo, porém prazeroso. Andamos muito pela cidade neste dia da gravação e repetimos várias vezes as cenas”.

A produção do filme "Frente e Verso" ficou a cargo da estudanete de direito Anne Correa, 21. Ela, que ficou com a produção por ser a função mais trabalhosa, disse que todos já estão querendo produzir outros curtas. “Estamos em pré-produção de outros curtas.
Queremos fazer muitos outros, porém sem compromisso com nada. Não temos pretensão de ir para festivais, apenas para nos divertirmos com os amigos e praticar. Jogamos na rede e pode ser que um dia tenha alguma visibilidade, mas também não é nossa maior preocupação. É simplesmente a arte pela arte”, disse.

Interatividade:
Conte a história de alguma coisa espcial que você tenha feito quando estava de bobeira em casa.

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