Jovens da Baixada e da Zona Sul criam estratégias para debater sexualidade
Por Flávia Ferreira
Se juventude for sinônimo de pertencimento, participação e atitude, os nove jovens que se reuniram na sala de informática da Escola Britânica, na Urca, Zona Sul do Rio de Janeiro, na tarde da última quinta-feira, podem ser considerados símbolos dessa estranha categoria social. O encontro tinha como objetivo pautar o grande debate sobre sexualidade que será realizado no próximo dia 25 de novembro, no mesmo endereço. O debate irá problematizar questões suscitadas pelos jovens no dia da pré-estréia do filme "Última Parada 174", em um evento promovido pelo Unicef em uma das salas do Artplex, em Botafogo, também na Zona Sul do Rio de Janeiro.
O reduzido número de pessoas, antes de ser um empecilho para a tempestade de idéias, foi premeditado. “Dessa forma, cada um dos nove jovens poderia opinar e sugerir perguntas relevantes ao debate com mais tranqüilidade”, disse a antropóloga paulista antropóloga paulista Marcella Camargo, secretária adjunta de Cultura e Turismo e dinamizadora do grupo. Alguns tentavam dar tom de polêmica para aquecer o debate. Com muita clareza, este tabu chamado sexualidade foi facilmente derrubado.
Aborto, homossexualidade e pedofilia foram alguns dos temas levantados. Houve histórias pessoais e de pessoas próximas aos jovens presentes na sala. Não faltaram idéias feministas, machistas e religiosas. Em cada tema era possível escolher uma bandeira para levantar. No entanto, Marcella fazia questão de lembrar que este encontro não era um debate e que não se podia gastar tempo com estas discussões. “Temos horário para entregar a sala”, lembrou.
O grau de entrosamento entre estes mundos distintos (Baixada e Zona Sul), porém interligados pelos problemas sociais dos grandes centros urbanos, foi instigante. Não havia dinheiro, classe e cor. Somente jovens preocupados em realizar um movimento atuante que fosse válido para o debate. A única discrepância era o sotaque carregado de alguns participantes, como Paloma, da Escola Americana, e Igor Tumasov, da Escola Britânica.
Ainda há pessoas que enxergam a juventude como uma etapa da vida que só traz problemas e preocupações. Movimentos como este mostram que é possível integrar as diferentes culturas, classes, ideologias e etnias desta sociedade capitalista em busca de discussões que geram ações e que possam intervir na vida cotidiana.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Uma kombi que resiste ao tempo
II IGUACINE Exibido na sessão de homenagens do II Iguacine, 'Marcelo Zona Sul' continua encantando plateias 40 anos depois de sua es...
-
Quando o sonho do lucro fácil se transforma em pesadelo por Marcos Vinícius e Wanderson Santos O sonho do lucro em um trabalho aparentement...
-
"O fim dessas salas se deu por não acompanharem o desenvolvimento das grandes industrias cinematográficas, restando somente as 'por...
-
Das grandes exportações às péssimas condições de produção Por Daniel Santos Imagens: Daniel Santos e sugadas da internet Situada entre Vila...
Nenhum comentário:
Postar um comentário