quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Arte nas veias

Jovem repórter narra suas peripécias em São Paulo, onde acompanhou o projeto Antídoto
Por Tatiana Sant’Anna* Revisão de Texto: Viviane Menezes.

No penúltimo dia em São Paulo, fomos visitar o Centro Cultural Pombas Urbanas, na cidade de Tiradentes. O convite foi feito por nosso querido amigo Diego Rojas, que trabalha lá. Para quem não conhecia São Paulo, a viagem até Tiradentes foi surpreendente, em meio aos carros e “arranha-céus” que nos cercavam.

Risos, troca de experiências, tudo era novo para aquela que nunca tinha saído do mundinho que a cercava: eu. A equipe, formada por pessoas de diferentes lugares, com outras culturas e formas de pensar, se unia e chegava ao pensamento comum quando o papo era música. Essa sim é uma forma de unir gerações e gerações...

Pelo caminho, a grande São Paulo não era tão diferente da minha Nova Iguaçu - aliás, os grafites que a enfeitavam era o colorido em meio às nuvens cinzentas, formadas pelos velozes carros que passavam de um lado para o outro. O grafite era um aspecto que me fazia lembrar da minha cidade maravilhosa. Não eram tão diferentes assim.

Os altos prédios na entrada do local nos davam as boas-vindas. Foram exatamente 40 minutos até a cidade de Tiradentes debaixo de um sol de 30° graus. A ansiedade de conhecer o trabalho de Diego Rojas e o Pombas Urbanas era maior do que a distância de 42 KM que separa Tiradentes de São Paulo.

Artistas para a vida
Um enorme galpão de 1.600 m², que abriga o centro cultural, promove desde 2004 o acesso à população local à arte e à cultura. Oferece cursos gratuitos de teatro, circo, artes plásticas, dança de salão, música e informática para crianças, jovens e adultos.

Quando saltamos da van, nossa atenção se voltou para a biblioteca comunitária Milton José Assumpção. Magnífica! Raridades podem ser encontradas naquela biblioteca. Raridades doadas pela própria população.

Criado por Lino Rojas, o Pombas Urbanas comemora, em 2008, dezenove anos de processo artístico que envolve os jovens da periferia de São Paulo.

Também tivemos a oportunidade de assistir a uma peça teatral. A peça, que tratava de questões que envolviam a moralidade da pessoa, o respeito mútuo e a valorização da vida, foi um verdadeiro cartão-postal do Pombas Urbanas. E uma ótima forma de comemorar os 19 anos de abordagens questões sociais que afligem a nossa sociedade.

É importante saber que a preocupação com o próximo não está tão longe da nossa realidade, que os nossos jovens podem sim, apreciar o que a arte tem a oferecer a eles e que não falta cultura no nosso país. Também é interessante ressaltar que a minha cultura não está tão distante da deles e que nós podemos sim, construir um futuro melhor.

São Paulo pode até ser a cidade dos arranha-céus... Dos carrões... Mas também é a cidade onde as “culturas” se encontram e as diferenças montam a idéia de que o antídoto para o mundo, é a arte na veia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Uma kombi que resiste ao tempo

II IGUACINE Exibido na sessão de homenagens do II Iguacine, 'Marcelo Zona Sul' continua encantando plateias 40 anos depois de sua es...