sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Bolo social


Unicef reúne jovens de diferentes classes e formações em Botafogo para ver e discutir novo filme de Bruno Barreto
Por Luiz Felipe Garcez

Uma xícara de alunos de classe média alta. Uma pitada de alunos de faculdades particulares. Duas fatias de jovens de projetos sociais em favelas. Um litro de jovens-repórteres da Escola Agência de Comunicação da Prefeitura de Nova Iguaçu.

Coloque tudo dentro de pote do UNICEF e leve ao forno pré-aquecido com a pré-estréia do filme "Ultima parada - 174".

Ao final, tire do forno e acrescente um debate com o diretor do filme - Bruno Barreto, e com os atores Michel de Souza, Marcelo Melo e Gabriela Luiz.

O resultado é um grande bolo social, onde se pode se ver claramente o futuro da nação.

E nesse bolo social saíram as mais variadas perguntas e respostas. Claramente se via nos jovens o exato sentimento que o diretor afirmou que era sua intenção: ninguém sabia quem era a vítima. E as perguntas iam crescendo como a grama, iam se alastrando entre os vários grupos presentes.















Quando perguntado se achava que seu filme seria mais um sobre a tragédia carioca, Bruno Barreto deixou claro que cada filme de violência é único, e quem assistiu 174 notou que, apesar da interlocução feita entre Cidade de Deus, Tropa de Elite e Cidade dos Homens, 174 tinha o seu tom especial. Da mesma forma, o diretor prefiriu se esquivar ao ser perguntado se o 174 fazia uma crítica clara à instituição da Policia Militar.

Como em todo debate, não podiam faltar as perguntas tradicionais, como a feita para a Gabriela sobre como foram as cenas de sexo. Ela ficou bastante envergonhada, mas disse em tom de brincadeira que ela e o Michael se deram muito bem.

Embora uma hora fosse pouco para o debate, ele foi mais do que proveitoso. Foi a prova de que jovens de pensamentos, classes, idéias, sonhos e oportunidades diferentes podem conviver no mesmo espaço e podem construir uma cidade melhor. Foi a prova de que, se depender daqueles jovens, o Rio deixará de ser a cidade da violência e da bunda para ser a cidade da cultura e da juventude. Ou melhor, da cultura jovem.

Um comentário:

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