quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

PQD até morrer



Damião Fernandes dedicou toda sua vida
ao voo

por Nathany Rozalino e Luiza Alves

O que acontece com um homem quando tiram sua maior paixão? Alguns definham e morrem. Outros continuam a lutar de outra forma. Esse é o caso de Damião Fernandes, morador do Bairro Jardim Alvorada, em Nova Iguaçu, que teve que abandonar o pára-quedismo por causa de uma guerra que nem chegou a acontecer.

O sonho de ser um PQD teve início na infância, por causa de um irmão. "Ele me convenceu a entrar para o Exército", lembra. Desde então, o sonho de "voar como os pássaros" só fez crescer. "Cheguei a arrancar sete dentes para ser aprovado no exame físico!", confessa Damião.

Medalha inseparável
Faz muitos anos que ele saiu do exército, mas nada preencheu o vazio deixado em seu peito. "Estou servindo até hoje", afirma. "Continuo me sentindo um PQD." Essa sensação é confirmada com as lembranças dos melhores anos de sua vida, que podem ser encontradas por toda parte. "Não há nesse mundo que me faça tirar do peito minha medalha de paraquedista", conta. As paredes de sua casa são cobertas de símbolos e fotos de PQD. Há, por fim, seu jipe, camuflado e repleto de dizeres sobre o voo. Ele o usa para subir a Serra do Vulcão.

Damião aprendeu a subir a Serra do Vulcão para canalizar a ânsia de liberdade de Damião, que nenhum dos seus empregos cons
eguiu aplacar. "Comecei a voar depois que comprei a asa-delta e um amigo", conta. No curso que fez para aprender a usar o novo brinquedo, descobriu que a asa-delta é ainda melhor que o paraquedas. "Você tem mais tempo pra aproveitar", resume.

Sustos
O ex-PQD pensou em se tornar instrutor de voo de asa-delta, mas seus familiares fizeram-no abortar o projeto. "Minha mulher tem medo e meu filho mais velho não gostou da experiência." Os apelos dos familiares também o levaram a repensar sua nova paixão. "Já tomei três grandes sustos, e a única coisa que eu penso atualmente é nos meus filhos, como eles ficariam se acontecesse alguma coisa."

Damião atualmente vive para a família, mas ainda mantém viva sua paixão por voar, sua empolgação pelo salto, pelo ar, pela sensação de liberdade, que não esquecerá jamais. "Antes o pára-quedismo era minha vida, minha maior paixão. Agora tudo mudou, vivo para minha família, minha esposa, meus filhos!"

Só o amor pelos três filhos e pela esposa, com quem está casado
desde antes de entrar para o Exército, poderia levar Damião a abrir mão da "indescritível sensação de voar. "Você se sente uma criança de novo, sabe? Me sinto totalmente livre." Mas a paixão pelo ar parece ser hereditário. "Apesar da oposição da família, meu filho mais novo vai ser paraquedista", diz ele, orgulhoso.

2 comentários:

  1. Eu conheço o damião,ele e meu vizinho,meu amigo,a paixão dele e voar,outro dia a esposa dele gritou bem alto( ou EU ou a ASA )ele respondeu,eu te amo meu amor,mais eu fico com a ASA,isto lhe custou um grande hematoma no olho,tive que emptrestar meus ocúlos p/ele.hahahahahahahaha.

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  2. Sou amigo deste guerreiro, sempre que pudemos fazemos trilhas de motocross, ele é realmente um Para-Quedista, e um grande exemplo honestidade, amizade e homem de boa fé, sua Paixão pela pátria e conseqüentemente pela Brigada para-quedista vai alem do que imaginemos, seu sangue é camuflado, rsrsr. Um grande abraço amigo e que Deus abençoe mais e mais sua linda família.

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