Adolescentes vão para a noite atrás de homens mais velhos
por Aline Moraes, Gesseca de Lourdes, Vanessa Paes, Fernanda Reis, Marcos Vinicius de Azevedo, João Felipe de Oliveira e Renan Alves
Novinha é uma gíria usada pelos jovens para identificar as adolescentes mais ousadas. Apesar da pouca idade, elas se sentem (e agem) como mulheres adultas. O grande prazer delas é ir para a pista, onde chamam a atenção dos homens, muitos deles casados. São facilmente encontradas nos bares, escolas, lan house, praças e bailes funk. Estão sempre com a barriga à mostra, onde o piercing no umbigo é peça indispensável.
Suelen Amanda tem 15 anos, está cursando o 1° ano do ensino médio e mora em Mesquita. Um dos seus programas preferidos são os bailes funk, onde costuma dar especial atenção a homens montados em reluzentes motocicletas. A roupa curta faz com que se sinta sensual. “Os homens adoram e ficam me admirando”, orgulha-se. Suelen gosta de se exibir principalmente quando os objetos de sua cobiça estão acompanhados. “As mulheres se mordem de raiva.”
As novinhas são alvos de muitos comentários maldosos. Mas parece que elas têm um especial prazer de andar na boca dos outros. Pelo menos esse é o caso de Suelen, que está pouco se lixando para as fofocas difundidas pelas “recalcadas”. “As meninas que me chamam de mercenária ficam se mordendo porque eu consigo o garoto que eu quero”, afirma. “Motorizado, é claro.”
Mercenária
Carla Cristina, uma moradora de Nova Iguaçu que está na flor dos seus 13 anos, não se constrange com o rótulo de mercenária, muito comum às novinhas. “Não vivo sem uma moto e um belo gato em cima dela”, explica a menina, que parou de estudar. Carla Cristina tem suas estratégias para praticar seu esporte preferido: beijar na boca. “Só vou ao forró com uma saia ou vestido bem curto”, diz ela. “Os homens ficam loucos quando começo a dançar com minhas amigas.”
Carla também não se incomoda com os comentários a seu respeito. “Podem me chamar de safada”, afirma. Ela só quer ser feliz nos braços dos homens mais velhos. “Fico com quem eu quero.”
A estudante Juliana dos Santos, um moradora de Mesquita com 17 anos, está no limiar da faixa etária dentro da qual cabe a categoria das novinhas. Talvez por estar chegando à idade adulta, ela cai na noite com mais disposição do que as novinhas mais novas. Pelo menos foi essa a impressão que deixou na aguardada Micareta da Ivete, quando beijou nada menos do que 21 garotos. “Lá a pegação rola solta”, conta. Seu namorado, com quem mantém uma relação aberta, também estava nesta festa. “Quando vamos para micareta, ninguém é de ninguém”, afirma a estudante. “Beijo quem eu quero e ele também.”
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
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