O primeiro aniversário do Jovem Repórter segundo sua repórter mais publicada.
Por Flávia Ferreira
Hoje faz um ano de trabalho e de luta do blog Jovem Repórter e conseqüentemente um ano de mudança na vida de muitos jovens que participaram dessa criação. Esse blog evidencia aquilo que, por muitas vezes, fica esquecido pela grande mídia e por nós mesmos. A essência de suas matérias é o povo que mesmo diante de tantas dificuldades não desiste de lutar por sua vida.
Ocorreram uma série de mudanças na rotina dos jovens repórteres no decorrer deste ano. O que no início não tinha uma forma exata, aos poucos foi se adequando às necessidades da cidade e suas particularidades, tornando-se esse espaço de desenvolvimento profissional e pessoal para as pessoas que nele se envolvem. Ouso dizer que a partir do momento que ingressaram neste local, eles conseguiram ser protagonistas de sua cidade. Sabemos o quanto é difícil criar políticas públicas para a juventude. Além de despertar o nosso interesse por uma mídia, essa forma de trabalho cria o exercício de cidadania em cada um.
Uma semana
Lembro-me agora de Letícia da Rocha, que superou seu medo de escrever, e de Bruno Marinho, que a cada dia se torna um melhor comunicador. Eles e muitos outros deixaram de ser apenas meros iguaçuanos para se tornarem jovens com uma história na cidade, construindo-a a cada nova reportagem. Muitas pessoas não enxergam as possibilidades que esse trabalho pode trazer, esquecendo-se de olhar o que mudaram em si e de perceber que o Jovem Repórter é muito mais que um mural de notícias. Ele é uma parede de vidas. Elas se transformam a cada postagem, aprendendo coisas que de outra forma não teríamos a menor chance de conhecer.
Foi através do Jovem Repórter que consegui tudo em minha vida e realmente me descobri profissionalmente. Não esperava estar hoje escrevendo para vários locais, como TC Brasil, Baixada Fácil, O Globo ou o Bloco 18, mas as coisas acontecem. Eu não nasci com o dom de escrever. Demorei uma semana para publicar minha primeira matéria, mas acredito que o esforço nos leve mais longe do que imaginamos.
Teia de comunicação
Várias vezes alguns jovens tiveram que deixar seus filhos em casa, outros cansaram de brigar com irmãs, mães – enfim, as batalhas foram muitas, mas no final sempre dávamos um jeitinho para continuar participando do processo. Não é segredo falar que muitas vezes fomos chamados de vagabundos, inúteis e uma série de outras acusações injustas. Porém, esses jovens, mesmos desanimados e chateados com a situação, não deixavam de ir às ruas batalhar pela matéria e foto de cada dia.
Hoje só existe a Flávia porque o Jovem Repórter assim permitiu. Minha história se confunde com a dele, que se confunde com a de muita gente em uma grande teia de comunicação. A cada desafio, a cada "levantada de rede", ela se entrelaça e se fortalece, trazendo mais pessoas para participar da escrita desse livro que não é só nosso, mas de toda Nova Iguaçu. Cidade essa que nos possibilitou crescer e amadurecer, não nos tratando apenas como jovens, mas como profissionais e seres humanos.
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