segunda-feira, 11 de agosto de 2008

A garota de Jardim Palmares

A bem-humorada Roseli da Silva leva graça e cultura para Jardim Palmares

Por Priscilla Castro

Foto: Mariane Dias

Roseli da Silva, 47 anos, é uma dessas pessoas que acredita na cultura como a melhor maneira de desenvolvimento social. “Quero ajudar a comunidade a se integrar a partir da cultura”, afirma. Ela mora no bairro Jardim Palmares, onde dá aulas de teatro para as crianças da comunidade. As aulas são realizadas no centro comunitário. “Várias pessoas do bairro me perguntaram se eu queria ensinar as crianças, mas teria que ser como voluntária”, conta. Ela diz ver no Pontinho de Cultura, projeto do Ministério da Cultura e da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, que visam incentivar a cultura em todo o Brasil, uma boa oportunidade para dar continuidade aos seus trabalhos teatrais e musicais. “Tudo o que eu aprendo tento passar para eles”, diz, orgulhosa de seu trabalho com as crianças.

A atriz está sempre de bem com a vida, mesmo que ela não vá muito bem. “Você nunca me vê chorando”, filosofa. “Só me vê sorrindo.” Fora dos palcos, ela gosta de estar com seus três filhos e três netos ou então ajudando o ex-marido. Rose começou no teatro no Colégio Estadual Alvorada, onde estudava, e não parou mais. “Gosto do que eu faço, não quero parar.” Já participou do coral da igreja evangélica e hoje é uma das vocalistas da banda Afrocide. A lista de trabalhos é extensa. “Já fiz participação na novela ‘O cravo e a rosa’, da Globo, mas as eu não gosto muito de fazer novela”, diz ela. “O que eu quero mesmo é o ‘Zorra Total’”.

“Não sou passarinho”

Além de cantora, atriz e voluntária, Rose também foi radialista das rádios comunitárias Paulista FM e Iguaçu FM, do bairro onde mora. Se você pensa que não falta mais nada, está enganado. Rose também é produtora independente de filmes. Para realizar esse trabalho, ela conta com a ajuda do filho caçula, Vladi Silva, 23 anos, roteirista e ator dos curtas produzidos pelo grupo Sonho Real.O curta-metragem intitulado ‘Realidade de um sonho’ fala de preconceito e violência, e participou do Iguacine, o festival de cinema de Nova Iguaçu.

Quanto às propostas de ir para o Rio e morar mais próximo do trabalho, afirma: “Não sou passarinho para viver em gaiola e a minha comunidade me acolheu.” Os comerciais de TV, quando aparecem, lhe rendem algum dinheiro, mas pouca visibilidade no meio artístico, pois geralmente são anúncios estrangeiros. Rose está na peça ‘Parangolé Comunitário’ no Ateliê Popular, em Miguel Couto, do grupo Atua Baixada, e entrará em cartaz com a peça ‘A Magia do Amor’. A artista não desiste da arte e de sua comunidade. “As crianças vão para minha casa, até mesmo as mães. Eles fazem a maior bagunça, mas eu adoro”, confessa. “Eu acho que as pessoas têm que lutar pelos seus ideais”, finaliza.

Um comentário:

  1. Eu conheço a Roseli, alegre pro-ativa e participativa. Em uma campanha de reflorestamento das áreas da Serra de Madureira, no Bairro Danon, ela foi a quem animou a galera o dia todo. No CIEP também foi ela que comandou o ritmo ao som dos garotos percussionistas locais (no gogó)Parabéns Rose e parabéns Jovens Reporteres, vocês tem a cara de Nova Iguaçu!!!!! ) obs:Proucurem saber com a Rose quem sao estes garotos da "percussa". Um abraco!

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